Deus da caça, ligado às matas, Odé é também parte dos
orixás masculinos cujos princípios também são feitos de ferro. Alegre, jovial,
expansivo e irrequieto, tem enorme popularidade na Bahia onde também é
conhecido pelo nome de
Oxóssi (Òxòósi).
OXOSSI é um orixá que revela a
importância da caça entre os povos africanos, com reflexos no culto religioso.
Sendo um caçador, lembrando que antigamente na África os caçadores eram os
responsáveis pelo sustento e manutenção das aldeias, é o Orixá que garante a
fartura, sustento, alimentação e prosperidade ao ser humano. Muitas vezes é
chamado de Odé Wawá, ou seja, “Caçador dos Céus”. Ele é considerado a
divindade da fartura, da abundância, da prosperidade. Em seu lado negativo,
porém, pode ser também o pai da míngua, da falta de provisão.
Na África teria sido filho de Iemanjá, irmão de Ogun e de
Ossâim, com grande importância para a Caça, pois é o protetor dos caçadores; para a Medicina, pois os
caçadores passam grande parte de tempo em contato com Ossâim na floresta,
divindade das folhas terapêuticas e litúrgicas, e, aprendem com ele parte
do seu poder; para Ordem
Social, pois em suas caças e expedições, descobre lugar
favorável à instalação de uma nova roça ou de um vilarejo, tonando-se assim o
primeiro ocupante do lugar e senhor da terra onílè, com autoridade sobre os
habitantes que venham a se instalar posteriormente; para Ordem Administrativa e Policial,
pois antigamente os caçadores odé, eram os únicos a possuir armas nos
vilarejos, servindo também de guardas-noturnos òxó.
Oxóssi, na Umbanda é patrono da linha dos caboclos,
uma das mais ativas da religião.
Recebe o título de Rei das Matas,
sendo a ele consagrada a cor verde. Já no Candomblé, a cor verde é
consagrada a Ossâim por sua proximidade com as folhas, ficando o azul para
Oxóssi, um azul pouco mais vivo e claro que o de Ogum, numa transição
cromática.
Oxóssi é o caçador por excelência,
mas sua busca visa o conhecimento. Logo, é o cientista e o doutrinador, que
traz o alimento da fé e o saber aos espíritos fragilizados tanto nos aspectos
da fé quanto do saber religioso.
Oxóssi é a busca, é a procura, é a
curiosidade, é o movimento contínuo na evolução dos seres na apresentação de
novos conhecimentos, de novos horizontes, etc. Simbolicamente representamos
Oxóssi com sete setas, que são as sete buscas contínuas do ser. Oxóssi
expande, irradia e impele os seres.
Sites e livros de pesquisa:
www.mulhernatural.hpg.ig.com.br,“Código de Umbanda” de Rubens Saraceni,
www.velhosamigos.com.br
O filho de Oxossi
Geralmente Oxóssi é associado às
pessoas joviais, rápidas e espertas, tanto mental como fisicamente. Tem,
portanto, grande capacidade de concentração e de atenção, aliada à firme
determinação de alcançar seus objetivos e paciência para aguardar o momento
correto para agir. Buscam preferencialmente trabalhos e funções que possam
ser desempenhados de maneira independente, sem ajuda nem participação de muita
gente, não gostando do trabalho em equipe. Ao mesmo tempo, é marcado por um
forte sentido de dever e uma grande noção de responsabilidade. Afinal, é sobre
ele que recai o peso do sustento da tribo.
O filho de Oxóssi apresenta
arquetipicamente as características atribuídas do Orixá. Representa o homem
impondo sua marca sobre o mundo selvagem, nele intervindo para sobreviver, mas
sem alterá-lo. Oxóssi desconhece a agricultura, não muda o solo para ele
plantar, apenas recolhe o que pode ser imediatamente consumido, a caça.
No tipo psicológico a ele
identificado forte independência e de extrema capacidade de ruptura, o
afastar-se de casa e da aldeia para embrenhar-se na mata, afim de caçar. Seus
filhos, portanto são aqueles em que a vida apresenta forte necessidade de
independência e de rompimento de laços.
É basicamente reservado, guardando
quase que exclusivamente para si seus comentários e sensações, sendo muito discreto
quanto ao seu próprio humor e disposição.
Os filhos de Oxóssi, portanto, não
gostam de fazer julgamentos sobre os outros, respeitando como sagrado o espaço
individual de cada um. Fato Real.
O culto a Oxóssi é bastante
difundido no Brasil, mas praticamente esquecido na África. A hipótese do
pesquisador francês Pierre Verger, é que Oxóssi foi cultuado basicamente no
Keto, onde chegou a receber o título de rei. No entanto, no século XIX o reino
de Kêto foi destruído e saqueado pelas tropas do então rei do Daomé. Seus
habitantes, adeptos de Oxossi, foram então, escravizados e vendidos para o
Brasil e Cuba.
Eis um dos motivos por que o culto
de Oxossi é muito propagado entre nós, culto hoje praticamente inexistente na
África. Outro motivo seria “o mito do caçador” indentificando-o com os diversos
conceitos dos índios brasileiros e um desses conceitos é sobre a mata ser uma
região tipicamente povoada por espíritos de mortos, conceitos igualmente
arraigados na Umbanda popular e nos Candomblés de Caboclo, um sincretismo entre
os ritos africanos e os dos índios brasileiros, comuns no Norte do País.
Curiosidade
Oxossi, em sua atividade venatória,
penetra na mata e é Exu quem o ajuda e orienta; é Exu quem lhe abre os
caminhos. Esses caminhos, porém, são dificultados pela galharia enredada,
espinhos, cipós, imprevistos. Aí ocorre Ogum, de quem Oxossi seria irmão
caçula. E Ogum, com sua espada, limpa os caminhos para a penetração do caçador
divino. Uma vez dentro da mata, Oxossi está nos domínios de Ossâim, o que reina
sobre os vegetais. E Ossâim ensina-o a conhecer as ervas que curam os homens e
os animais, bem como as plantas sagradas, que entram na liturgia dos orixás.
SE OS ORIXÁS TRABALHAM EM CONJUNTO, POR QUE VOCÊ NÃO FAZ O MESMO ? REFLITA.
SE OS ORIXÁS TRABALHAM EM CONJUNTO, POR QUE VOCÊ NÃO FAZ O MESMO ? REFLITA.
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